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Economia azul em Portugal: um mar de oportunidades

A economia do mar abrange diversas áreas, desde o turismo costeiro até às energias renováveis offshore, e conta com startups inovadoras que já somam 194 milhões de euros em avaliação. 

20 de Maio 2024 | Notícias

A economia do mar representa 5% do PIB português e tem grande potencial de crescimento, impulsionada pela Estratégia Nacional para o Mar 2030. O setor abrange diversas áreas, desde o turismo costeiro até às energias renováveis offshore, e conta com startups inovadoras que já somam 194 milhões de euros em avaliação. 

Política marítima integrada da União Europeia 

A Política Marítima Integrada da União Europeia (PMI) serve como base para a Estratégia Europeia para a Economia do Mar. A PMI visa promover o desenvolvimento sustentável de todas as atividades marítimas e costeiras, melhorando a coordenação entre diferentes políticas setoriais e incentivando o crescimento económico sustentável no setor marítimo, também conhecido como “Crescimento Azul”. Através da PMI, a UE procura garantir a proteção do ambiente marinho, promover a segurança marítima e fortalecer a cooperação internacional em assuntos marítimos, criando um quadro propício para o desenvolvimento da economia do mar em Portugal e em toda a Europa. 

Portugal e a Economia do Mar 

A Estratégia Nacional para o Mar 2021-2030 (ENM 2030) estabelece objetivos ambiciosos para o desenvolvimento sustentável da economia do mar em Portugal, incluindo o aumento do valor acrescentado bruto do setor, a criação de emprego qualificado e a promoção da investigação e inovação. A estratégia também enfatiza a importância da proteção dos ecossistemas marinhos e da gestão sustentável dos recursos. 

A economia do mar contribui significativamente para o Produto Interno Bruto (PIB) nacional, gerando milhares de empregos diretos e indiretos. Segundo dados reportados pelo Governo, em 2023, o mar é a terceira maior área económica em Portugal, representando cerca de 5% do produto interno bruto (PIB) e das exportações. O turismo costeiro, a pesca, a aquicultura, o transporte marítimo e as energias renováveis offshore são alguns dos setores que impulsionam o crescimento da economia do mar em Portugal. 

 Além dos benefícios económicos, os oceanos desempenham um papel fundamental na regulação do clima, na produção de oxigénio e na preservação da biodiversidade. A proteção dos oceanos é, portanto, essencial para garantir um futuro sustentável para as gerações presentes e futuras. 

O Hub Azul Dealroom, que reúne 1.210 startups mundiais da economia azul, das quais 47 são nacionais, destaca o valor global de 92,8 mil milhões de euros das startups Bluetech (startups tecnológicas ligadas ao mar) e Blue Economy (startups ligadas à economia azul). Em notícia publicada no site do Fórum Oceano, são ainda revelados outros dados do Hub que destacam o grande potencial de Portugal nesta área, com uma avaliação de 194 milhões de euros em 8 das 47 startups nacionais registadas, com destaque para os setores da robótica, navegação, tecnologia climática, energia limpa e eficiência energética. 

“Portugal pode assumir-se como um player incontornável” 

A importância dos oceanos para a economia e sociedade portuguesa ganha cada vez mais destaque, impulsionada pela Estratégia Europeia para a Economia do Mar e pelos objetivos da Estratégia Nacional para o Mar 2030 (ENM 2030). Estudos recentes, realizados em Portugal, reforçam o papel crucial dos oceanos na criação de emprego, geração de riqueza e promoção da sustentabilidade.

Para Gonçalo Santos, coordenador da internacionalização da Fórum Oceano, “Portugal tem um enorme potencial na economia do mar sustentável. Não apenas pela nossa área marítima, não só pela nossa tradição marítima, mas, sobretudo, porque começámos a olhar para o mar como espaço de criação de riqueza. Nos últimos anos, o mar e a economia azul entraram no debate político, as universidades começaram a olhar para o mar com mais atenção, as empresas estão mais atentas, começaram a aparecer mais instrumentos de financiamento, públicos e privados. Há ainda um grande caminho a percorrer, no sentido de formar mais profissionais para a economia do mar, em todas as fileiras, no sentido de garantir uma maior coordenação entre diferentes setores e, dentro deles, entre projetos e stakeholders.” 

Para este responsável, “Ao nível legislativo, há trabalho a fazer, naquilo que se refere à digitalização e simplificação de processos e de procedimentos. É fundamental continuar a apostar na inovação, ligando as universidades e os centros de pesquisa aos empreendedores, ajudando a desenvolver serviços e produtos que nos posicionem globalmente e, nesse sentido, projetos como o Hub Azul Portugal podem sem instrumentais, pois potenciam a articulação entre entidades públicas e privadas, entre empreendedores e empresas consolidadas, entre quem cria e os seus mercados.” 

Gonçalo Santos reforça ainda a importância da digitalização, apresentando o Portugal Blue Digital Hub como um exemplo do que se tem feito neste sentido. “Criar redes e integrar redes e consórcios internacionais, conferindo, também por essa via, visibilidade à economia do mar, é igualmente um caminho que deve ser seguido.” Ação que deve ser completada com a continuação da aposta na “política de preservação e recuperação de ecossistemas, através de áreas marinhas protegidas ou de outros instrumentos, encontrando também forma de financiamento para o efeito.” 

“A aposta na produção de energia renovável oceânica pode criar empregos e pode potenciar a transferência de tecnologia, pode contribuir para a criação de um hub importante no nosso país. Continuar a apostar na inovação, naquilo que respeita aos portos, capacitando-os para dar resposta aos grandes desafios do shipping e da logística é outra parte do caminho, um caminho que já foi – e bem, iniciado pelas administrações portuárias. Resumidamente, Portugal pode assumir-se como um player incontornável, se conseguir posicionar-se perante alguns dos desafios globais da economia do mar, a digitalização, a descarbonização e a circularidade.”, conclui.  

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