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Pedro Carreira: A Estratégia de Crescimento e Inovação da Continental Mabor nos Mercados Globais

Pedro Carreira, presidente da Continental Mabor, fala sobre a estratégia de crescimento da empresa, desafios nos mercados globais e o impacto dos projetos COMPETE 2020.

30 de Setembro 2024 | Notícias

Conversamos com Pedro Carreira, presidente da Continental Mabor, que lidera uma das maiores exportadoras de Portugal, ocupando a quarta posição em 2023, logo após a Petrogal, Autoeuropa e Navigator Company. A empresa levou a cabo três projetos no âmbito do COMPETE 2020, contribuindo para o seu crescimento e consolidação no setor.

1. Como tem evoluído a estratégia de exportação da Continental Mabor ao longo dos últimos anos? Quais foram as principais adaptações necessárias para manter a competitividade da empresa nos mercados internacionais?”

A Continental Mabor pertence a um grupo multinacional (Continental Aktiengesellschaft), pelo que não será da nossa responsabilidade decidir quais os mercados, já que é uma estrutura central que aloca os pneus aos diferentes mercados.

De referir que o mercado português absorve menos de 1% da nossa produção; ou seja, mesmo que nos dedicássemos a 100% e tivéssemos o monopólio completo, estaríamos a falar sempre em números de um dígito relativamente à nossa capacidade produtiva.

Sabendo que dependemos quase a 100% das nossas exportações, temos apostado num conjunto de produtos que nos permite ter uma oferta diversificada para diferentes mercados, dispostos a pagar essa mesma diferenciação, e que, de certa forma, nos possibilitou crescer nos últimos 10 anos com todo o apoio do acionista nos investimentos que temos feito nestes anos. Estes investimentos têm sido feitos também na renovação do parque de máquinas que nos tem permitido manter a liderança na produção destes pneus, designados de UHP (Ultra High Performance) dentro do grupo.

A outra aposta foi sermos a fábrica do grupo que tem estado na linha da frente e que conseguiu a construção de mais uma unidade: a primeira do grupo para o fabrico de pneus agrícolas radiais e produção de pneus fora de estrada vulgarmente conhecidos como pneus OTR (Off The Road tires).

Além disso, o aumento ou diminuição de países para onde exportamos depende em muito do fornecimento a OEMs (Original Equipment Manufacturers – construtores de equipamento de origem da indústria automóvel ou maquinaria) que existam nos diferentes países, que são sempre um fator positivo no desenvolvimento do mercado nesses países.

2. Quais são os maiores desafios que a Continental Mabor enfrenta nos mercados externos? Como a empresa tem abordado esses desafios para garantir o sucesso contínuo?

Uma vez que somos uma empresa exportadora, as questões na área da logística são várias: desde a suposta existência de infraestruturas pelas quais batalhamos há mais de dez anos (caso da variante à EN14), passando pela ferrovia atual, até aos futuros projetos que darão eventualmente resposta às nossas necessidades; ou seja ficamos sempre dependentes da coordenação entre transporte rodoviário e marítimo.

Os custos de contexto em Portugal, quando comparados com os países com quem concorremos internamente (as outras fábricas de pneus do grupo) são logo no início uma grande barreira, que ultrapassamos com eficiência; mas tudo tem um limite e este começa a aproximar-se a passos largos, daquilo que podemos ou não melhorar.

Aumentar o portfólio de medidas e de produtos desde os pneus com o sealant (pneu anti-furo) e agora com silent (tecnologia de redução do ruído do pneu) para carros elétricos bem como pneus agrícolas e fora de estrada, são o nosso desafio constante para termos oferta que interesse aos mercados.

3. De que forma os projetos cofinanciados pelo COMPETE 2020 ajudaram a Continental Mabor a melhorar sua capacidade exportadora e aumentar sua competitividade global?

O Compete 2020 ajudou e muito a colocar Portugal no mapa de investimentos do grupo Continental. No entanto, tem sido uma moeda de duas faces: um lado da moeda mostra que conseguimos trazer projetos para Portugal como foi o caso do Agro, que a seguir puxou um centro de testes e um pequeno centro de I&D e cujo sucesso destes trouxe a produção dos pneus OTR e de um centro de I&D que começa a ser uma réplica, ainda em escala inferior, de um centro de I&D na Alemanha, mas que estamos a ver crescer.

Já o reverso da moeda é a lentidão que nos fez perder projetos pelo caminho ou que nos levou a desistir de um conjunto de outras aplicações pela morosidade e inexistência de uma entidade que tome conta dos processos até ao fim.

O projeto Agro, concluído em dezembro 2017, só em 2024 é que viu as suas contas regularizadas pelo Estado por falta de resposta do organismo regulador. Como dissemos muitas vezes: funciona tudo muito bem, mas depois de tudo contratualizado, as respostas são morosas e quase inexistentes.

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