EnergyP2P impulsiona a transformação colaborativa na energia sustentável e acessível

EnergyP2P é o nome da operação cofinanciada pelo COMPETE 2030, que une a Indie Energy e o Instituto Superior de Engenharia do Porto num esforço conjunto para tornar o fornecimento de energia mais justo, sustentável e acessível.

Numa altura em que a Europa enfrenta a maior crise energética do século, devido à escassez de reservas de petróleo, instabilidade geopolítica e aumento constante das necessidades energéticas, esta operação surge como resposta a um problema global ao mesmo tempo que aposta na inovação.

A produção descentralizada de energia tem vindo a crescer e, com ela, o papel ativo dos consumidores finais, que assumem agora a função de autoconsumidores e até de vendedores de eletricidade. As comunidades energéticas – sejam elas de autoconsumo coletivo, individual, renovável ou de cidadãos para a energia – impulsionam esta dinâmica, permitindo transações de energia a preços mais justos e promovendo a independência e sustentabilidade locais. Porém, a integração de fontes renováveis num sistema elétrico nacional exige métodos de previsão robustos, especialmente porque a produção de energia solar, por exemplo, varia conforme as condições meteorológicas e a hora do dia.

É neste contexto que a operação EnergyP2P aposta numa plataforma tecnológica, a community-based Virtual Power Plant (cVPP), suportada por um sistema de gestão de energia (EMS) disruptivo e por algoritmos de inteligência artificial. O objetivo central é orquestrar os recursos energéticos distribuídos ao longo das comunidades de energia, de forma a otimizar a produção, o armazenamento e a partilha de energia em tempo real. Esta abordagem vai muito além dos modelos competitivos de transação, introduzindo mecanismos de cooperação e justiça na distribuição de eletricidade entre os membros de uma mesma comunidade.

Segundo a Indie Energy, a operação EnergyP2P foi cuidadosamente planeada para decorrer em 24 meses, com início previsto em setembro de 2024, e estará estruturada em várias fases – desde o estudo preliminar e conceção da solução até ao desenvolvimento de algoritmos de previsão, de ferramentas de controlo de sistemas de armazenamento e de modelos de peer-to-peer trading baseados em preços ou créditos. No final, será construído um protótipo EMS/VPP para integrar dados em tempo real, fazer despacho de recursos energéticos e executar transações de energia entre membros de comunidades através de smart contracts, sempre com vista ao funcionamento contínuo e eficiente.

Sobre as ambições e benefícios da operação, Pedro Rodrigues, Co-Founder e CEO da Indie Energy, partilha o seu testemunho:
“O projeto EnergyP2P, realizado em consórcio entre a Indie Energy Lda. e o Instituto Superior de Engenharia do Porto, cofinanciado pelo COMPETE 2030, pretende desenvolver e testar uma plataforma tecnológica designada por Virtual Power Plant (VPP), com a utilização de IA para gestão de transações de energia entre membros produtores e consumidores de Comunidades de Energia (peer-to-peer trading – P2P). Este sistema inovador irá contribuir para a redução da fatura de eletricidade dos cidadãos e PMEs, promovendo uma maior sustentabilidade e independência energética das comunidades locais.”

Para além dos benefícios económicos para quem produz ou consome energia, a operação destaca-se pela preocupação com a justiça social e a preservação do meio ambiente. A introdução de algoritmos de previsão day-ahead, hour-ahead e quarter-ahead, juntamente com o controlo em tempo real dos recursos energéticos distribuídos, possibilitará uma compra e venda mais eficiente e realista, reduzindo desperdícios e garantindo um melhor equilíbrio entre a produção e o consumo. Para alcançar estes objetivos, o trabalho cooperativo entre a Indie Energy e o Instituto Superior de Engenharia do Porto terá também em conta metodologias avançadas, como blockchain e teoria de jogos, reforçando a transparência e a cooperação.

Num mercado em rápida transformação, a operação EnergyP2P posiciona-se como uma solução capaz de responder de forma criativa aos desafios do setor energético. Conjugando inovação, sustentabilidade e uma nova lógica de transações coletivas, pretende-se tornar as comunidades energéticas mais competitivas e resilientes, ao mesmo tempo que se promove um futuro em que a energia limpa está acessível a todos. Trata-se, em última análise, de um contributo importante para o combate às alterações climáticas, para a autonomia das populações e para o desenvolvimento tecnológico português.

O Apoio do COMPETE 2030

A operação conta com o apoio do COMPETE 2030 no âmbito do SIID – I&D Empresarial em Copromoção, envolvendo um investimento elegível de 246.818 euros o que resultou num incentivo FEDER de 209.795 euros.

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