A empresa de bioprocessamento reforça a competitividade no setor biofarmacêutico protegendo as suas inovações com patentes. Rui Estrela, cofundador, partilha os desafios e estratégias.
A SMARTFREEZ, empresa de bioprocessamento, reforça a sua competitividade no setor biofarmacêutico protegendo as suas inovações com patentes. Rui Estrela, cofundador e diretor-geral, partilha os desafios e estratégias que têm impulsionado o crescimento da empresa.
A SMARTFREEZ, empresa de bioprocessamento, aposta na proteção das suas inovações através de patentes para reforçar a competitividade no setor biofarmacêutico. Em entrevista ao COMPETE 2030, Rui Estrela, cofundador e diretor-geral, partilha os desafios e estratégias que têm permitido à empresa crescer e inovar neste mercado.
Patentes: um ativo valioso
Rui Estrela destaca o papel central das patentes no sucesso da SMARTFREEZ. “A propriedade intelectual é o nosso ativo mais valioso. As patentes garantem-nos a exclusividade sobre as nossas inovações, o que aumenta a competitividade dos nossos produtos e serviços. Sem essa proteção, seria muito mais difícil afirmar-nos num setor tão competitivo como o biofarmacêutico”, explica.
Nos últimos sete anos, a SMARTFREEZ submeteu oito pedidos de patente, um compromisso que, segundo Estrela, tem sido essencial para assegurar o retorno sobre o investimento em investigação e desenvolvimento. “As patentes são um pilar fundamental para o crescimento sustentável da empresa. A proteção eficaz das nossas inovações valoriza a empresa e reforça a nossa posição no mercado”, acrescenta.
Desafios e apoio do Portugal 2020
Apesar dos benefícios das patentes, o processo de registo não foi isento de dificuldades. Estrela explica que, como muitas startups, a SMARTFREEZ enfrentou desafios significativos devido aos recursos limitados. “O processo de registo de patentes é complexo e dispendioso, e isso pode ser um obstáculo para uma microempresa como a nossa”, afirma.
Além disso, o retorno sobre o investimento em patentes pode levar tempo a concretizar-se. “Há um desfasamento entre os custos iniciais do pedido de patente e o retorno financeiro, o que torna difícil sustentar esse investimento a curto prazo”, explica Estrela.
Neste contexto, o apoio do programa Portugal 2020 foi crucial. “O Portugal 2020 ajudou-nos a cobrir os custos da internacionalização das patentes numa fase em que o retorno ainda não era evidente. Sem esse apoio, teria sido muito mais complicado continuar com o processo”, afirma.
Conselhos para PME tecnológicas
Com base na experiência da SMARTFREEZ, Rui Estrela deixa alguns conselhos para outras PME de base tecnológica. “Primeiro, é essencial investir tempo na preparação do pedido de patente. Uma boa preparação pode fazer toda a diferença na eficácia da proteção das inovações”, sugere.
Outro conselho importante é aproveitar as oportunidades de financiamento. “O ciclo de vida de um pedido de patente é longo, por isso é crucial alinhar o processo com os programas de apoio disponíveis. Assim, as PME podem maximizar o acesso a financiamento e reduzir a pressão financeira”, recomenda.
Para Estrela, a chave do sucesso é simples: “Com uma boa preparação e aproveitando os apoios disponíveis, as PME podem proteger as suas inovações e competir a nível internacional. Não devemos deixar que o processo de patentes seja visto como inacessível para pequenas empresas. Pelo contrário, as PME têm todas as condições para participar e beneficiar deste processo.”
A SMARTFREEZ é um exemplo claro de como a inovação, aliada à proteção intelectual e ao apoio estratégico, pode levar uma pequena empresa a competir num setor global e em constante evolução.
Nos dias 23 e 24 de outubro, a região do Alentejo foi palco da 4.ª Reunião do Comité de Acompanhamento do COMPETE 2030. Este encontro procurou fortalecer o diálogo e a colaboração, impulsionando o desenvolvimento de iniciativas cofinanciadas pelo Programa.