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AED Cluster impulsiona o setor aeroespacial em Portugal

José Neves, Presidente da AED Cluster de Portugal, destaca os objetivos e conquistas no desenvolvimento do setor aeroespacial português.

25 de Julho 2024 | Notícias

José Neves, Presidente da AED Cluster de Portugal, destaca os objetivos e conquistas do Cluster no desenvolvimento do setor aeroespacial português.

Objetivos do Cluster AED e Contribuições para o Setor Aeroespacial

Fundado em 2016, a AED Cluster Portugal tem a missão de fomentar a colaboração, inovação e desenvolvimento tecnológico entre empresas, universidades, centros de investigação e outras entidades nos setores de Aeronáutica, Espaço e Defesa. “O nosso grande objetivo passa por aumentar a competitividade internacional do tecido tecnológico e industrial português, promovendo e consolidando o nome de Portugal como referência internacional nestes setores”, afirma José Neves.

No setor aeroespacial, a AED tem desempenhado um papel crucial facilitando parcerias estratégicas, promovendo a transferência de conhecimento e tecnologia e alavancando um ecossistema propício ao crescimento e à internacionalização das empresas portuguesas. “Os AEDDays, por exemplo, são o principal evento internacional organizado pelo cluster, atraindo participantes de todo o mundo a Portugal, aumentando a visibilidade da nossa indústria e do sistema científico e tecnológico”, destaca Neves.

Projetos Inovadores no Cluster

José Neves sublinha a importância das Agendas de Inovação atualmente em curso: a Aero.Next Portugal, que acelera a industrialização no setor aeronáutico nacional com projetos como a aeronave regional ligeira LUS222 e a aeronave não tripulada UAS ARX; e a Agenda New Space Portugal, que visa transformar o perfil de especialização do setor espacial português com novos produtos e serviços inovadores. “Estas agendas envolvem consórcios de mais de 30 entidades, demonstrando a robustez e colaboração dentro do cluster”, afirma Neves.

Além disso, há avanços significativos em sistemas aviónicos, ciberdefesa, cibersegurança e design de interiores de cabine, com foco na melhoria da experiência dos passageiros e eficiência operacional.

Sustentabilidade no Setor Aeroespacial

A sustentabilidade é uma preocupação crescente no setor aeroespacial. “O desenvolvimento de tecnologias para aeronaves elétricas e a hidrogénio, bem como a reciclagem de materiais compósitos, são investimentos cruciais para a sustentabilidade”, explica José Neves. A criação de novas cadeias de valor associadas à produção e utilização de SAF (Sustainable Aviation Fuels) é um tema crítico para a descarbonização do setor.

O Cluster AED também apoia a pesquisa e desenvolvimento de tecnologias que tornam as operações aeroespaciais mais ecológicas, incluindo a criação de satélites e tecnologias espaciais para monitorizar e combater as alterações climáticas. “Participamos regularmente em eventos que incentivam o debate sobre sustentabilidade, permitindo a partilha de ideias e a criação de novas soluções”, acrescenta Neves.

Papel de Portugal no Cenário Espacial Internacional

Portugal está a viver um momento único no setor espacial, especialmente após a entrada na ESA em 2020. “Com um operador de satélites nacional e a perspetiva de lançar mais de 30 satélites até 2026, Portugal está a afirmar-se como um ator relevante no setor internacional, particularmente no domínio do Newspace”, afirma Neves. A dinâmica do setor é evidenciada pela atração crescente de atores internacionais de relevo que se têm instalado em Portugal.

Esta evolução positiva reflete-se na capacidade do país em desenvolver tecnologias de ponta e em criar um ecossistema robusto que atrai investimentos internacionais. “Portugal tem potencial para se tornar um hub de inovação espacial, contribuindo significativamente para o avanço da ciência e tecnologia a nível global”, sublinha.

Impacto do COMPETE 2020 no Setor Aeroespacial

O programa COMPETE 2020 tem sido fundamental para o financiamento de projetos inovadores e disruptivos no setor aeroespacial português. Este apoio tem permitido que empresas nacionais desenvolvam tecnologias avançadas, criem empregos altamente qualificados e reforcem a posição de Portugal no cenário internacional.

Um exemplo notável é o projeto FLY-PT, liderado pela Tekever, que mobilizou a indústria aeronáutica nacional para enfrentar as disrupções previstas pela mobilidade aérea urbana. Este projeto envolveu a investigação, desenvolvimento, prototipagem e teste de um novo conceito de transporte aéreo urbano modular, integrando um veículo elétrico autónomo com um drone. “O FLY-PT colocou Portugal na vanguarda da inovação em mobilidade aérea urbana”, destaca José Neves.

Outro exemplo é o projeto Viriato, liderado pela Omnidea, que visou o desenvolvimento, integração e operação de um veículo suborbital para testar tecnologias a serem utilizadas num lançador de microssatélites. “Este projeto não só posicionou Portugal na linha da frente da tecnologia suborbital, como também abriu novas oportunidades de mercado para a indústria espacial nacional”, afirma.

Além destes, muitos outros projetos beneficiaram do apoio do COMPETE 2020, incluindo iniciativas em ciberdefesa, cibersegurança e design de interiores de cabine. “O COMPETE 2020 tem sido crucial para a inovação e competitividade das empresas portuguesas, permitindo-lhes competir a nível global e trazendo benefícios económicos e tecnológicos significativos para o país”, sublinha Neves.

Através do financiamento de projetos estratégicos e inovadores, o COMPETE 2020 tem ajudado a construir uma base sólida para o futuro do setor aeroespacial em Portugal, impulsionando o desenvolvimento tecnológico e a criação de um ecossistema de inovação robusto e sustentável. “O apoio contínuo do COMPETE 2020 é essencial para que Portugal continue a crescer e a destacar-se no panorama aeroespacial global”, conclui José Neves.

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