As dinâmicas de clusterização na formação empresarial
Empresas e entidades coordenadoras já podem candidatar-se aos novos avisos de formação no âmbito dos clusters reconhecidos.
Maria José Capacete, Vogal da Comissão Executiva da Confederação do Turismo de Portugal destaca os impactos da formação-ação nas PME do setor.
PME apostam numa metodologia que alia formação e consultoria no local de trabalho, com resultados práticos e imediatos.
Maria José Capacete, Vogal da Comissão Executiva da Confederação do Turismo de Portugal, destaca os impactos da formação-ação nas PME do setor.
A prática como ponto de partida
Está a crescer entre as empresas portuguesas, em especial nas PME do setor do Turismo, o interesse pela formação-ação — uma metodologia que conjuga formação e consultoria no local de trabalho, com foco em resultados concretos.
“A formação-ação rompe com os modelos convencionais de formação, baseados exclusivamente na transmissão teórica de conteúdos. Aqui, o conhecimento constrói-se na prática, no contexto real de trabalho do formando”, explica Maria José Capacete, Vogal da Comissão Executiva da Confederação do Turismo de Portugal (CTP).
Diagnóstico à medida de cada empresa
O processo começa com um diagnóstico personalizado, realizado com o envolvimento direto dos empresários e equipas, para identificar as principais necessidades de cada organização.
“A formação-ação é, acima de tudo, uma intervenção centrada nas pessoas. Parte dos conhecimentos e da experiência que já existem nas empresas, e atua sobre as competências que precisam de ser reforçadas para enfrentar novos desafios”, afirma a responsável.
A metodologia combina sessões de formação em sala com momentos de consultoria individualizada nas próprias empresas, permitindo aplicar imediatamente os conhecimentos adquiridos.
Impacto visível na gestão e nos resultados
No anterior quadro comunitário, o programa de formação-ação promovido pela CTP apoiou 3.079 PME do Turismo, capacitando mais de 10 mil trabalhadores em áreas como a sustentabilidade, a digitalização, a qualidade no atendimento ou a organização interna.
“Estávamos longe de imaginar que conseguiríamos envolver tantas empresas. Superámos largamente as metas previstas, mesmo num contexto particularmente difícil como foi o da pandemia”, recorda Maria José Capacete.
E acrescenta: “Muitas destas PME alteraram a forma como gerem os seus negócios. Ganharam ferramentas para inovar, melhorar a relação com os clientes, repensar os seus serviços. E isso teve um impacto direto na sua competitividade.”
Uma metodologia para o futuro
A CTP acredita que a formação-ação será determinante para enfrentar os novos desafios do setor, num contexto em constante mudança.
“Numa altura em que o Turismo precisa de se afirmar pela qualidade, diferenciação e capacidade de resposta, investir nas pessoas é uma prioridade absoluta. Esta metodologia é um instrumento eficaz para o fazer”, defende.
Além de melhorar os níveis de qualificação e desempenho, a formação-ação ajuda a reposicionar as empresas no mercado.
“A capacitação dos trabalhadores é indissociável da inovação. É a partir daí que se criam soluções novas, que se otimizam processos e se constrói valor. Empresas mais capacitadas são empresas mais preparadas para crescer.”
O setor do Turismo aguarda agora com expectativa a continuidade desta tipologia no novo ciclo de apoios do COMPETE 2030. “Queremos dar continuidade a este trabalho, porque sabemos que os resultados chegam, e são transformadores”, conclui Maria José Capacete.