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Inteligência Artificial para prever riscos na diabetes

A operação ALERT está a explorar a inteligência artificial para melhorar o diagnóstico e a gestão da diabetes tipo 2.

29 de Julho 2025 | Notícias

A AIBILI – Associação para Investigação Biomédica e Inovação em Luz e Imagem está a desenvolver a operação ALERT, um projeto inovador cofinanciado pelo COMPETE 2030 que promete transformar o acompanhamento da retinopatia diabética (RD) e a avaliação do risco de doenças cardiovasculares em pessoas com diabetes tipo 2. 

Um problema silencioso com impacto na visão e no coração 

A retinopatia diabética é uma complicação frequente da diabetes e uma das principais causas de cegueira em idade ativa. O maior desafio é identificar precocemente os doentes que podem evoluir para formas graves da doença, como a retinopatia proliferativa ou o edema macular, que podem levar à perda de visão. Além disso, as pessoas com diabetes tipo 2 têm um risco muito superior de sofrer doenças cardiovasculares, como enfarte ou AVC. 

“A retinopatia diabética (RD) é uma complicação comum da diabetes e uma das principais causas de perda de visão. O projeto ALERT (Análise da progressão da retinopatia diabética para identificar riscos e necessidade de tratamento) tem como objetivo estudar o impacto da utilização de imagens de campo amplo e desenvolver modelos de inteligência artificial (IA) para a identificação do estádio da RD e na previsão do risco de progressão da doença, bem como de complicações cardiovasculares associadas,” explica Luís Mendes, responsável pela operação e Research Coordinator da AIBILI. 

Tecnologia de ponta para ver mais longe 

O ALERT aposta em técnicas avançadas de imagiologia, como as imagens ultra panorâmicas da retina, que captam até 200 graus do olho numa única imagem. Estas tecnologias permitem detetar lesões na periferia da retina que, muitas vezes, não são visíveis com os métodos convencionais e que podem indicar maior risco de progressão da doença. 

Além das imagens, o projeto está a desenvolver modelos de inteligência artificial que cruzam informação oftalmológica com dados clínicos, demográficos e sistémicos para prever não só a progressão da RD mas também o risco cardiovascular. 

“Os doentes com diabetes tipo 2 apresentam um risco acrescido de desenvolver doença coronária e acidente vascular cerebral isquémico. Diversos estudos apontam para uma relação entre o estado da microvasculatura retiniana e doenças cardiovasculares, sendo a retina uma janela privilegiada para a observação não invasiva do sistema microvascular,” destaca Luís Mendes. 

Uma base de dados que apoia o futuro da investigação 

Para suportar o desenvolvimento destes modelos de IA, será criada uma base de dados com informação de mais de 700 doentes, recolhida em diferentes momentos temporais e construída segundo os princípios FAIR (Findable, Accessible, Interoperable, Reusable). Esta base de dados integrará imagens, dados clínicos e resultados de avaliação médica, e estará disponível para futuras investigações. 

“No contexto do projeto será criada a base de dados ALERT, com informação de mais de 700 doentes. A utilização de dados do mundo real permitirá desenvolver modelos de IA mais robustos, contribuindo para a sua adequada caracterização e validação. Esta base de dados será construída segundo os princípios FAIR (Findable, Accessible, Interoperable, Reusable), com o objetivo de poder ser reutilizada por outros grupos de investigação no futuro. A longo prazo, o projeto pretende contribuir para uma melhoria significativa na gestão da diabetes, através da integração de modelos de IA na prática clínica,” reforça Luís Mendes. 

Uma nova era para a medicina personalizada 

Com o ALERT, a AIBILI pretende promover uma prática clínica mais personalizada e preditiva, antecipando riscos de visão e de saúde cardiovascular, e contribuindo para um acompanhamento mais eficaz dos doentes. 

Luís Mendes sublinha: “O projeto ALERT, centrado no estudo da retinopatia diabética através de imagens de campo amplo e desenvolvimento de modelos de IA, conta com o apoio do COMPETE 2030, programa que desempenha um papel essencial na concretização dos seus objetivos. Este apoio vai tornar possível o desenvolvimento de uma base de dados com mais de 700 doentes, construída segundo os princípios FAIR. A partir desta base de dados pretende-se criar modelos de inteligência artificial capazes de prever a progressão da retinopatia e de fatores de risco cardiovasculares, com potencial para contribuir para uma prática clínica mais personalizada e preditiva. Ao promover a inovação, a transição digital na saúde e o impacto social positivo, o COMPETE 2030 contribui para soluções mais sustentáveis e inteligentes na gestão da diabetes tipo 2, reforçando a competitividade da investigação nacional e o compromisso com o futuro digital da saúde em Portugal.” 

Com esta operação, a AIBILI reforça o seu papel na investigação biomédica de excelência, colocando a inteligência artificial ao serviço de uma saúde mais preventiva, personalizada e eficiente. 

Links 

AIBILI | Website 

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