Proteger a Propriedade Intelectual para competir no mercado digital
Digital SME lança guia para capacitar PME digitais na gestão estratégica da propriedade intelectual, fortalecendo a sua competitividade no mercado.
Em entrevista ao COMPETE 2030, o presidente da AICEP, partilhou as principais estratégias para fortalecer a internacionalização das empresas portuguesas.
Em entrevista ao COMPETE 2030, o presidente da AICEP, partilhou as principais estratégias para fortalecer a internacionalização das empresas portuguesas, destacando a inovação e a captação de investimento estrangeiro.
Em entrevista exclusiva à newsletter do COMPETE 2030, Ricardo Arroja, Presidente da AICEP, partilhou a visão estratégica da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal. O foco principal é a internacionalização das empresas portuguesas e o reforço da competitividade no mercado global.
Ricardo Arroja destacou que “a AICEP trabalha para identificar oportunidades de negócio internacionais” e apoiar empresas a expandirem-se para novos mercados. Através da sua rede de escritórios em mais de 50 países, a AICEP facilita o acesso a mercados externos, promovendo a exportação de bens e serviços. “A internacionalização é crucial para o crescimento económico de Portugal”, afirmou.
1. Quais são as principais estratégias da AICEP para promover a internacionalização das empresas portuguesas e como estas estratégias têm evoluído nos últimos anos?
A AICEP, enquanto Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, é a entidade pública que promove a captação de investimento produtivo e a internacionalização da economia portuguesa, fomentando o aumento das exportações e a expansão internacional das empresas, através dos seus escritórios em Portugal e da sua rede externa em cerca de 50 mercados.
Procuramos identificar oportunidades de negócio internacionais e aconselhar as empresas portuguesas sobre a melhor forma de abordar os mercados externos, através de acompanhamento personalizado e de um conjunto de canais digitais com informação especializada, programas de capacitação e serviços de business matchmaking.
Promovemos, deste modo, o desenvolvimento dos processos de internacionalização das empresas portuguesas, designadamente de Pequenas e Médias Empresas (PME), apoiando a criação e o desenvolvimento de estratégias conducentes ao alargamento da sua base de clientes e de fornecedores locais.
Simultaneamente, através da sua atividade de angariação de Investimento Directo Estrangeiro (IDE) para Portugal, a AICEP desempenha um importante papel na dinamização e transformação do tecido empresarial nacional, permitindo a incorporação na economia nacional de valências empresariais provenientes do estrangeiro, bem como a integração de empresas portuguesas em cadeias de valor internacionais.
2. Que setores da economia portuguesa têm demonstrado maior potencial para a internacionalização e como a AICEP está a apoiar o crescimento desses setores no mercado global?
As exportações portuguesas de bens e serviços rondam hoje a fasquia de 50% do PIB, sendo que o IDE em Portugal representa cerca de 70% do PIB. Ou seja, a economia portuguesa está cada vez mais internacionalizada, contrariando até a tendência de fragmentação da economia global que atualmente se observa, e são cada vez mais os sectores onde Portugal evidencia vantagem competitiva, observada no exterior e a partir do exterior.
Assim, dos sectores ditos tradicionais aos sectores de vanguarda e fronteira tecnológica, são muitos e bastante diversos os segmentos de especialização empresarial em que as empresas presentes em Portugal se destacam internacionalmente. Por exemplo, entre os sectores emergentes no nosso país na última década, contam-se o aeronáutico, o farmacêutico, as tecnologias de informação, entre outros, que têm complementado e reforçado a competitividade observada desde longa data noutros sectores da nossa economia.
No imediato e a médio prazo, o desafio de política pública, para o qual a AICEP contribui, consistirá em fortalecer o posicionamento da economia portuguesa, enquanto economia aberta e inovadora, e o de Portugal, enquanto país acolhedor e mundano. Para tal, há que incentivar a produção e exportação de bens com valor acrescentado, com incorporação de tecnologia moderna, com base em recursos humanos devidamente qualificados. O acesso às cadeias de valor internacionais é, assim, crucial, bem como o desenvolvimento de estratégias de internacionalização e de financiamento que sejam coerentes e compatíveis com o que se pretende atingir. Adicionalmente, precisamos de ter um papel muito mais interveniente no que diz respeito à promoção da propriedade intelectual, para que o conhecimento aplicado pelas empresas em Portugal possa cada vez mais beneficiar dos recursos locais e das políticas públicas implementadas para o efeito.
3. Pode partilhar connosco algum caso de sucesso recente de uma empresa portuguesa que, com o apoio da AICEP e do COMPETE 2030, tenha conseguido expandir-se para novos mercados internacionais?
São diversos os exemplos de sucesso, pelo que seria sempre injusto destacar um em particular. Prefiro salientar que o apoio coordenado entre a AICEP e o COMPETE tem trazido bons resultados às empresas portuguesas e ao País.
A AICEP é responsável, enquanto organismo intermédio, pela análise, contratualização e acompanhamento dos projetos de incentivos de várias medidas do COMPETE, incluindo projetos de internacionalização.
É, aliás, de salientar que, durante o PT2020, ocorreu um elevado crescimento dos projetos de internacionalização apoiados pela AICEP, em comparação com o período do QREN, o que demonstra a crescente orientação das empresas portuguesas para os mercados internacionais. Um crescimento que queremos continuar a promover no PT2030.
A AICEP dispõe também de outros instrumentos de incentivo ao investimento, nomeadamente de IDE, mas não só, ao abrigo dos quais apoia investimentos estruturantes em Portugal, com vista a promover não só a redução de assimetrias económicas no território nacional, mas também a transição digital e energética. Nestes âmbitos, incluem-se os apoios ao investimento regulados determinados pelas resoluções do conselho de ministros nº 34/2023 e nº 49/2024.
4. Quais são os principais desafios que as empresas portuguesas enfrentam ao tentar internacionalizar-se e que recursos ou ferramentas a AICEP disponibiliza para ajudar a superá-los?
As empresas portuguesas enfrentam diversos desafios ao tentarem internacionalizar-se, que variam consoante o setor, o nível de maturidade da empresa e o mercado de destino. A qualidade e a inovação dos produtos/serviços são fatores críticos para atrair e fidelizar clientes num mercado global altamente competitivo. É igualmente exigido um conhecimento profundo do mercado alvo, nomeadamente das regulamentações de acesso aos respetivos mercados, incluindo normas e padrões técnicos, bem como dos hábitos de consumo locais.
Estes são apenas alguns dos elementos que contribuem para uma internacionalização bem-sucedida, já que os desafios que as empresas enfrentam nos mercados internacionais são diversos e exigentes. Neste sentido, a AICEP está ao serviço das empresas para lhes prestar todo o apoio necessário, através da sua rede externa, presente em mais de 50 países por esse mundo fora, e da sua capacidade de agregar e congregar informação sectorial e de mercado.
A AICEP oferece uma ampla gama de produtos e serviços que abrangem todas as etapas do processo de internacionalização, desde lista de potenciais clientes, a sessões informativas sobre os mercados, informação regulamentar, passando pela participação em missões empresariais, programas de capacitação e acesso a incentivos.
Além de facilitar novos negócios, a AICEP também contribui para o aumento da visibilidade dos produtos nacionais em mercados externos através de várias iniciativas, como a participação em feiras, seminários e exposições internacionais, campanhas promocionais e programas de visitas de importadores a fornecedores portugueses.
5. De que forma o COMPETE 2030 e a AICEP colaboram para fortalecer a presença das empresas portuguesas no mercado global e quais são as expectativas para o futuro desta parceria?
A AICEP e o COMPETE 2030 têm colaborado ao longo dos últimos anos para fortalecer a presença das empresas portuguesas no mercado global através de uma estratégia integrada que combina apoio financeiro, conhecimento técnico e orientação estratégica.
A AICEP intervém, enquanto organismo intermédio, na gestão e acompanhamento dos projetos de empresas e associações candidatos a fundos europeus. Esse acompanhamento é feito do início ao fim, através de equipas técnicas distintas, cada uma nas seguintes fases: da candidatura à contratualização; do primeiro pedido de pagamento ao encerramento do projeto. Deste modo, a AICEP analisa a entrega e a execução das candidaturas aos quadros europeus e respetivos incentivos financeiros, que são disponibilizados a partir do COMPETE.
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