Inovação tecnológica revoluciona a automação de processos de negócio
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Em entrevista à newsletter do COMPETE 2030, Paulo Américo de Oliveira, Presidente da APCOR, destaca os desafios globais que a indústria da cortiça enfrenta e revela as estratégias de inovação e sustentabilidade que posicionam o setor na liderança mundial.
Em entrevista à newsletter do COMPETE 2030, Paulo Américo de Oliveira, Presidente da APCOR, destaca os desafios globais que a indústria da cortiça enfrenta e revela as estratégias de inovação e sustentabilidade que posicionam o setor na liderança mundial.
Indústria da cortiça enfrenta desafios globais
A indústria da cortiça está a enfrentar grandes desafios globais. “A instabilidade económica e as tensões geopolíticas afetam fortemente o nosso setor, que exporta mais de 90% da produção,” afirma Paulo Américo de Oliveira, Presidente da APCOR. Além da crise económica, a cortiça é também influenciada pela quebra na produção mundial de vinho, o seu principal mercado. De acordo com dados da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), 2023 registou a produção de vinho mais baixa desde 1961, o que agrava ainda mais o cenário para o setor da cortiça.
Trabalho em eixos estratégicos
Apesar deste contexto desafiador, o setor continua a mostrar uma grande capacidade de resiliência. Para ultrapassar estes obstáculos, a APCOR tem trabalhado sob três eixos estratégicos: Floresta, Indústria e Mercado. “Estamos focados no Programa Nacional do Sobreiro, essencial para garantir a sustentabilidade do montado,” destaca Paulo. Este programa é um dos pilares da preservação ambiental e do fornecimento sustentável de cortiça, tão importante para o futuro do setor. Além disso, a implementação de um Plano de Capacitação Tecnológica, focado nas empresas do setor, visa modernizar a indústria e qualificar os recursos humanos para os desafios futuros.
Projetos cofinanciados pelo COMPETE
Os projetos cofinanciados pelo COMPETE têm sido cruciais para o sucesso contínuo do setor. Por exemplo, o Cork_Inov 2, apoiado pelo COMPETE 2020, permitiu realizar um diagnóstico exaustivo da indústria, identificando as áreas prioritárias de inovação e sustentabilidade. “Com base nesse diagnóstico, elaborámos um plano de capacitação focado especialmente nas PME,” explica Paulo. Este plano visa garantir que as empresas de menor dimensão possam fazer os saltos tecnológicos necessários, enquanto as mais avançadas continuam a inovar e a expandir-se.
Outro projeto relevante é o Cork.Expert, apresentado ao COMPETE 2030, que tem como objetivo fortalecer a competitividade e a sustentabilidade das empresas do setor. “Queremos capacitar os profissionais, tornando-os promotores da inovação,” sublinha o Presidente da APCOR. Estas iniciativas asseguram que o setor da cortiça continue a ser um exemplo de inovação e resiliência.
Sustentabilidade no ADN do setor
A sustentabilidade é, sem dúvida, um pilar central para o setor da cortiça. “Está no ADN da cortiça,” refere Paulo. O montado, que sequestra anualmente cerca de 14 milhões de toneladas de CO2, não só promove a biodiversidade como também combate a desertificação. Além disso, o setor da cortiça gera emprego qualificado, com salários acima da média, contribuindo para o desenvolvimento económico e social do país.
Impulso à Internacionalização
Os projetos cofinanciados pelo COMPETE têm, além disso, um impacto importante na internacionalização da cortiça. As campanhas InterCork, realizadas com o apoio do COMPETE 2020, posicionaram a cortiça como um material de alto valor acrescentado em mercados internacionais. “Estas campanhas, premiadas internacionalmente, abriram caminho para novas oportunidades e reforçaram a nossa liderança global,” conclui Paulo. A APCOR já apresentou ao COMPETE 2030 o projeto Cork.Connect, que visa continuar a promover a cortiça nos mercados externos, assegurando que Portugal mantenha a sua posição de liderança neste setor estratégico.
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