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O projeto MEDPERSYST investigou redes sinápticas para desenvolver novas soluções de diagnóstico e tratamento personalizado para doenças neurocomportamentais.
O projeto MEDPERSYST – Redes sinápticas e abordagens compreensivas de medicina personalizada em doenças neurocomportamentais ao longo da vida – é uma iniciativa de grande relevância para a investigação e tratamento de doenças do sistema nervoso central (SNC). Cofinanciado pelo COMPETE 2020 e promovido pela Universidade de Coimbra, em copromoção com a Universidade de Aveiro, a Universidade do Minho e a FCiências.ID – Associação para a Investigação e Desenvolvimento de Ciências, o projeto teve como objetivo investigar e desenvolver novas soluções para o diagnóstico e tratamento de doenças neurocomportamentais com base em redes sinápticas.
Existe a necessidade de uma abordagem eficaz para o diagnóstico precoce e tratamento dessas doenças, que incluem patologias neuropsiquiátricas, neurodegenerativas e do neurodesenvolvimento. Estas doenças partilham uma característica comum: a disfunção sináptica, que pode estar na origem ou influenciar o tratamento dos défices associados.
O projeto MEDPERSYST focou-se na investigação dos processos sinápticos e da neurotransmissão, particularmente em doenças onde as mesmas redes sinápticas são afetadas de formas distintas. Através de uma abordagem colaborativa, este consórcio visou a partilha de conhecimentos e estratégias, promovendo novas perspetivas e soluções para lidar com estas patologias. A uniformização de soluções baseadas em “data mining” de dados complexos – incluindo genómica, proteómica, dados clínicos e de neuroimagem – foi um dos principais pilares do projeto. Com isso, visou-se identificar novos biomarcadores que possam melhorar o diagnóstico e a personalização dos tratamentos.
A descoberta de novos biomarcadores enfrenta os desafios da medicina personalizada do século XXI, onde a variabilidade individual desempenha um papel crucial. Para superar essa variabilidade, é necessário estratificar grupos de risco e criar grandes bases de dados que permitam identificar subpopulações com características biológicas específicas. Estes grupos são essenciais para a validação de novos fármacos e para a realização de ensaios clínicos. O acesso a grandes volumes de dados (big data) facilita a identificação de alvos diagnósticos e terapêuticos, melhorando a eficácia dos tratamentos propostos.
Neste contexto, o projeto conseguiu avanços importantes, utilizando dados multivariados e ferramentas estatísticas avançadas aplicadas a dados clínicos e de imagem. Estas metodologias permitiram não só a identificação de biomarcadores promissores para aplicação clínica, como também o estudo detalhado do desenvolvimento e envelhecimento cerebral, bem como da vulnerabilidade a doenças neurológicas. Além disso, foi estabelecida uma ligação entre variações genéticas e fenótipos neurocognitivos, proporcionando uma compreensão mais profunda das doenças do SNC.
Entre os dados recolhidos, o projeto MEDPERSYST investigou o envelhecimento saudável, o autismo, a esquizofrenia e várias doenças neurodegenerativas, incluindo as doenças de Alzheimer, Parkinson e Huntington. Estas investigações resultaram numa vasta produção científica, com várias publicações de relevância na área. Uma das grandes contribuições do projeto foi a transição de um diagnóstico puramente subjetivo, baseado em sintomas, para um diagnóstico quantitativo e objetivo, focado em redes sinápticas e neurotransmissão.
Outra realização importante do MEDPERSYST foi a ampliação das coleções de amostras biológicas e o avanço na gestão de grandes volumes de dados, sempre com uma visão global que vai desde a molécula até ao ser humano. Esta abordagem integrada e multidisciplinar oferece novas perspetivas para o tratamento personalizado de doenças neurocomportamentais, contribuindo de forma significativa para o avanço da medicina de precisão em Portugal e na Europa.
Em suma, o projeto MEDPERSYST é um marco na investigação de biomarcadores e na medicina personalizada, com potencial para transformar a forma como doenças do SNC são diagnosticadas e tratadas. Ao focar-se na disfunção sináptica como um denominador comum entre várias patologias, o projeto oferece novas abordagens para melhorar a saúde e a qualidade de vida dos pacientes, enquanto promove a colaboração científica e a inovação tecnológica no campo das neurociências.
O Apoio do COMPETE 2020
O projeto contou com um investimento elegível de 2,4 milhões de euros, dos quais 1,7 milhões de euros foram incentivos do FEDER através do COMPETE 2020.
Links
Universidade de Coimbra | Website
Universidade de Aveiro | Website
Universidade do Minho | Website
FCiências.ID | Website
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